Texto e imagens por Bruno F. Fiorillo

Começamos o ano com o pé direito, recebendo dois clientes que vieram de longe para apreciar as graças da herpetofauna do sudeste do Brasil. Durante 22 dias de viagem, encontramos ao menos 72 espécies (53 anfíbios e 19 répteis) em sete diferentes localidades (do Cerrado e Mata Atlântica). O primeiro terço da viagem ocorreu no Cerrado (municípios de Águas de Santa Bárbara e Assis, interior do estado de São Paulo). Embora o clima não estivesse muito favorável foi possível encontrar espécies icônicas e endêmicas do bioma. Entre elas, a imponente Caiçaca (Bothrops moojeni) que, de forma peculiar, foi encontrada frente a frente e a poucos centímetros de uma perereca das folhagens (Phyllomedusa tetraploidea).

Ambas venenosas à sua maneira, a serpente, Bothrops moojeni, e a perereca, Phyllomesua tetraploidea, permaneceram estáticas, a poucos centímetros uma da outra.
Kevin Enge, caminhando pelo campo alagado, procurando por herps e qualquer outra coisa que pudesse fotografar.

Depois de flagrar algumas espécies típicas do Cerrado, foi hora de seguir rumo à Mata Atântica. Visitamos cinco diferentes localidades do bioma, entre elas o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) no município de Iporanga, O Parque Estadual Intervales (município de Ribeirão Grande), a Fazenda do Etá (município de Sete Barras), o município de Cananéia e finalizamos a viagem na querida Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Trápaga (municípi de São Miguel Arcanjo). Esta parte da viagem tornou possível, não só a contemplação da herpetofauna local como também de diversos atributos da paisagem, como as diversas cachoeiras da Mata Atlântica.

Cachoeira do Taquaruvira, Iporanga, São Paulo

Adentrando o ecossistema florestal, também encontramos inúmeros indivíduos de diversas espécies típicas e até algumas extremamente raras, como a cobra cipó, Cercophis auratus. Esse foi um indivíduo foi encontrado pelo cliente John Himes em uma das trilhas da Fazenda Etá, município de Sete Barras. A serpente dormia tranquilamente sobre uma folha a cerca de meio metro de altura acima do solo. Confundida facilmente com um pequeno galho seco a perfeita camuflagem sua camuflagem faz com que passe facilmente desapercebida por predadores e herpetólogos destrinados.

A cobra cipó, Cercophis auratus, embora apresente mais de 200 registros em museus é extremamente difícil de ser encontrada na natureza.

Estando entre um dos ambientes mais ricos do mundo, no que diz respeito aos anfíbios, nenhum dos locais visitados chegou perto de nos decepcionar, das mais comuns (mas não menos belas como magnífico Dendropsophus elegans) até espécies relativamente menos frequentes como Boana pardalis. A diversidade de anfíbios encontrada durante a viagem foi tão grande que por muitas vezes a própria identificação das certas espécies se tornou desafiadora. Isso foi verdade particularmente para espécies dos gêneros Dendropsophus, Leptodactylus e Scinax, por exemplo.

Alguns dos maravilhosos encontros que só a Mata Atlântica provê, Dendropsophus elegans (à esquerda) e Boana pardalis (à direita).

Lista de espécies encontradas

Anfíbios

Brachycephalidae. Ischnocnema aff henselii.

Bufonidae. Rhinella diptycha, R. icterica, R. hoegmoedii, R. ornata.

Craugastoridae. Haddadus binotatus.

Hylidae. Aplastodiscus albosignatus, A. perviridis, B. albomarginata, B. albopunctata, B. bischoffi, B. caingua, B. crepitans, B. lundii, B. pardalis, B. semilineata, Bokermannohyla hylax, Dendropsophus elegans, D. elianeae, D. giesleri, D. minutus, D. nanus, D. samborni, D. wernerii, Phyllomedusa distincta, P. tetraploidea, Scinax argyreonata, S. fuscomarginatus, S. fuscovarius, S. hiemalis, S. littoralis, S. perereca, S. perpusilla, S. similis, S. tymbamirim, Sphaenorhynchus caramaschii, Trachycephalus mesophaeus.

Leptodactylidae. Adenomera marmorata Leptodactylus fuscus L. cf. gracilis, L. labyrinthicus, L. mystacinus, L. notoaktites, L. paranaru, Paratelmatobius cf. segallai, Physalaemus centralis, P. cuvieri, P. nattereri, P. lateristriga, P. marmoratus, P. olfersii, P. spiniger.

Odontophrynidae. Proceratophrys boiei

Répteis

Colubridae. Chironius fuscus, Spilotes pullatus.

Dipsadidae. Cercophis auratus, Erythrolamprus miliaris, Philodryas patagoniensis, Pseudoboa nigra, Xenodon neuwiedii.

Elapidae. Micrurus corallinus.

Leiosauridae. Enyalius iheringii, Urostrophus vautieri.

Polychrotidae. Polychrus acutirostris.

Teiidae. Ameiva ameiva, A. cf. jacuba, Salvator merianae.

Viperidae. Bothrops jararaca, B. jararacussu, B. moojeni, B. pauloensis, C. durissus.

Guias e Pousadas

O trajeto percorrido não teria sido possível sem a assistência de guias como Luiz Agnaldo de Lima no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) e a excelente recepção e serviços do Lagamar EcoHotel e Fazenda do Etá.

22 respostas

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