Texto e imagens por Bruno F. Fiorillo

A Mata Atlântica tem resistido bravamente ao longo de séculos de exploração humana. A área hoje abrangida pela fazenda Elguero já foi um centro de extração de carvão e hoje tem seu sustento graças à produção de resina dos pinheiros que margeiam a floresta. Antes dos pinheiros prevalecerem, as ameixeiras regiam o negócio, atraiam e faziam aglomerar vários indivíduos da população local de antas. Algumas pequenas plantações ainda existem e continuam atraindo esses animais, raramente vistos na natureza. Eles agora simbolizam o início de uma era de ecoturismo e contemplação da vida selvagem. Apostando nessa empreitada, juntei forças à equipe do Instituto Manacá na tentativa de adicionar anfíbios e répteis aos repertórios de pesquisa e ecoturismo.

Os tijolos usados na construção de forjas para a produção de carvão estão espalhados pela Reserva Particular do Patrimônio Natural Trápaga (dentro da Fazenda Elguero)
Sacos plásticos usados para coletar resina de pinheiros.
Hiago Ermenegildo (à esquerda), guia local do Instituto Manacá, trabalha diariamente pesquisando e monitorando as antas que vagueiam entre as ameixas remanescentes.
Outros profissionais da vida selvagem, como o cineasta Rafael Mitsuo, também foram atraídos pelas antas.
Pitty é uma que regularmente utiliza as plantações de ameixa para forragear e descansar.
Antes mesmo da observação das antas, a observação de pássaros já era fomentada tanto para fins científicos quanto recreativos. Na foto, o tucano de bico verde (Ramphastus dicolorus).
Eu, Bruno Fiorillo, me juntei à equipe do Instituto Manacá que administra a reserva, e comecei a implementar a observação de anfíbios e répteis para fins de ecoturismo e minhas próprias pesquisas. Na foto, o icônico sapo de chifre (Proceratophrys boiei).

Glossário

  1. Forrageio: busca e a exploração de recursos alimentares.

Revisão do texto por

M.Sc. Mariana Bueno Landis. Email: mariana@institutomanaca.org.br CL
Instituto Manacá, São Miguel Arcanjo, SP, Brasil.